“Eu conhecia um nome, não uma pessoa, eu
amava uma Igreja, não o maravilhoso Senhor dessa Igreja, eu tinha comigo normas
e regulamentos, mas não tinha a Jesus, e naquela hora não precisava de normas, não
precisava de doutrinas, nem de uma Igreja, precisava de uma pessoa.” (páginas 21 e 22).
E assim
eu poderia terminar o comentário sobre este capítulo. Esse pensamento resume
tudo o que o capítulo deseja mostrar, até mesmo tudo o que o livro quer nos ensinar:
o nosso relacionamento é com uma Pessoa, não com um nome, não com uma placa de
Igreja. Uma vez conhecido Jesus, andamos com Ele e todas as normas, mandamentos
e obrigações da Igreja deixam de ser um fardo, e tornam-se um deleite, porque como
deixaríamos de fazer algo, sabendo que isso magoaria nosso amigo que amamos
tanto?
Nesse
capítulo o Pr. Bullón conta a história do começo de seu ministério. Certa vez,
ao ir realizar uma visita aos índios da tribo Campa, na qual era missionário,
perdeu-se na trilha da floresta, e no anseio de encontrar o caminho correto perambulou
em meio às árvores, sem sucesso. Ficou perdido no meio da floresta, e o dia que
antes estava iluminado agora começa a ingressar em uma forte escuridão, trazendo
consigo as primeiras gotas de uma violenta tempestade. Cansado, com fome e com
medo, o pastor, ali naquele pequeno “refúgio” – se é que assim podemos chamá-lo
–, aguardou a chuva se acalmar para que pudesse prosseguir.
Pois bem,
a chuva se acalmou, na medida do aceitável, e ele retomou a sua caminhada. Porém,
por desespero, após andar e não encontrar o caminho correto começou a correr,
com a chuva tampando-lhe a pouca visão que antes tinha. Caiu, então, em um buraco
profundo, no meio da lama, e todas as tentativas de se levantar e sair dali foram
em vão. Foi ali, naquele buraco, impotente e incapaz de se livrar sozinho, que
começou a refletir sobre a vida de cristão que vinha vivendo, antes como
membro, e agora como pastor.
Eu não
sei em qual buraco você se encontra nesse momento; não sei se a lama já está no
seu pescoço ou se a chuva apenas começou a cair; não sei quantas vezes você tentou
se salvar e, inutilmente, encontrou um galho com espinhos no lugar em que achou
estar seu apoio. Mas eu sei de uma coisa: em momentos assim, de nada adianta
saber os mandamentos de cor, se não conheceres o Senhor dos Mandamentos; de
nada adianta cumprir as normas da Igreja fielmente, se o Senhor dessa Igreja não
for seu amigo íntimo. Assim com o Pr. Bullón descobriu quando estava naquele
buraco, muitas vezes conhecemos somente um nome, seguimos somente uma doutrina,
e apenas decoramos os mandamentos. Esquecemos-nos que Jesus é uma pessoa, mais
do que um simples nome, nos esquecemos que uma doutrina de nada adianta se
cumprida por medo de um Deus vingativo, ao invés de por amor a um amigo fiel, Jesus.
Assim como o jovem rico do primeiro capítulo, de nada importa seguirmos todos
os outros mandamentos, se falhamos no primeiro deles: “Amai a Deus sobre todas
as coisas”.
Será que
estamos amando a Deus sobre todas as coisas? Será que Jesus é para nós um amigo
fiel, com quem podemos contar, ou apenas um nome, O qual tememos pelos castigos
que Dele podemos receber? Será que Jesus é para nós uma figura distante, que
apenas nos olha de longe, ou um Pai de amor que acampa ao nosso lado, desejoso
de criar uma amizade verdadeira, baseada no amor e na confiança? Pense e
reflita.
Que a
nossa oração hoje possa ser: “Senhor Jesus,
agora sei que não és uma doutrina, és uma pessoa maravilhosa. Como fui capaz de
andar sozinho a vida toda? Ó Senhor, agora entendo porque não era feliz. Estava
faltando Tu. Quero amar-Te Senhor. Quero segurar sempre Teu braço poderoso. Sei
que sem Ti estou perdido. Quero daqui para frente estar preocupado só em
segurar a Tua mão de amigo, quero sentir-Te a meu lado. Saber que não estás lá
nos Céus, mas aqui, comigo. Hoje entendo o que estava faltando. Estava faltando
Tu, Jesus querido.” (página 23)